COLABORE

Cáritas Norte 2 realiza reunião de monitoramento semestral do PMAS

Institucional

Ações se voltaram ao socorro emergencial gerado pela Pandemia e agora retoma projetos de enfrentamento de causas prioritárias

Publicação: 22/08/2022



A Cáritas Brasileira Regional Norte 2 realizou, durante os dias 17 e 18 deste mês, a reunião semestral do Plano de Monitoramento, Avaliação e Sistematização (PMAS). Foi um momento de avaliar as ações realizadas, rever as estratégias e ajustar os índices para melhorar o trabalho realizado em municípios, dioceses e entidades membros do Pará e Amapá.

Durante a reunião, os representantes das entidades membro apresentaram as ações realizadas no primeiro semestre de 2022, por áreas de atuação e estratégicas de gestão. Também compartilharam as dificuldades enfrentadas, sobretudo no período recente de Pandemia da Covid 19, os desafios para a continuidade do trabalho.

Entre as ações desenvolvidas em Santarém (PA), por exemplo, está a de produção de fitoterápicos para tratamento de saúde mental atendidas nas unidades de saúde do município. Os produtos são feitos no Laboratório da Farmácia Universitária da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), a partir do maracujá plantado pelas comunidades Surucuá e Parauá, localizadas na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns.

As comunidades estão organizadas para produzir o maracujá, observando os conceitos da Economia Popular Solidária (EPS), uma das áreas de atuação consideradas prioritárias no PMAS 2022 da Regional Norte 2.

Segundo Éder dos Santos, da Cáritas Santarém, a ação foi realizada no contexto da Pandemia, quando se observou o aumento dos casos de pessoas com problemas psíquicos como depressão, e tem mobilizado sobretudo mulheres e jovens.

As ações realizadas durante a Pandemia foram relatadas pela maioria das entidades membro. Além da distribuição de cestas básicas, houve um grande esforço para dar assistência às famílias que sofreram com desemprego e problemas de saúde, conforme destaca o bispo referencial da Cáritas Norte 2, Dom Evaristo Spengler.

“A pandemia obrigou a Cáritas a repensar muitos de seus projetos. Houve projetos que tiveram que ficar parados. No entanto, surgiram outros, especialmente de ajuda humanitária nesse período que foi de muita fome. Muitas pessoas se tornaram ainda mais vulneráveis com a perda de emprego e a falta de recursos para manter a própria vida. A Cáritas foi um socorro muito importante”, observou.

Ele considerou o encontro de planejamento muito importante porque é o primeiro após o período mais grave da pandemia e que terá a tarefa de retomar as ações voltadas às mudanças estruturais que gerem o bem viver. “Agora estamos retomando aqueles projetos que são de enfrentamento das causas da pobreza e também da defesa de pessoas, grupos e territórios. As pessoas estão buscando retomar o processo”, enfatizou. 


Cultura solidariedade transformadora pauta as ações

A secretária regional da Cáritas Norte 2, Ivanilde Silva, ressalta que o trabalho da entidade tem como princípio não só dar assistência, como promover a cultura da solidariedade transformadora. A expectativa é que cada ação se reverta em mudança de vida das pessoas atendidas.

Ivanilde observou que a reunião de monitoramento faz parte de uma cultura de planejamento que não é imposta e sim discutida entre todos, desde a base, passando pelas instâncias inter-regionais até a instância nacional. E poder ouvir todas as entidades membros enriquece o processo, diz.

“Esse é um momento rico em que a gente sai fortalecido, animados para dar continuidade à nossa missão. Nesse processo da avaliação é importante, não somente saber o que se realizou, mas o que saiu conforme o planejado, ou não saiu. E fazer esses ajustes. Principalmente nesse contexto de Amazônia, onde imprevistos acontecem”, destacou. 


Conjuntura exige trabalho de resgate da vida digna

Durante a reunião, os participantes assistiram uma apresentação da conselheira do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Eneida Guimarães, sobre a conjuntura social e política do país. As informações são consideradas importantes para contextualizar a atuação da Cáritas nos municípios. 

Eneida observou que o trabalho é impactado pelas ações de governo. E, nos últimos anos, apontou, tem sido observada a atuação governamental federal para inviabilizar as políticas públicas construídas de forma coletiva pelos movimentos sociais após o período de redemocratização do Brasil.

Para Eneida, o contexto tem demonstrado que “o capitalismo não tem condições de resolver os problemas desse país” e que “é preciso resgatar o caminho de um outro mundo possível para a nossa população”. 

Essas dificuldades se somam aos próprios desafios de se agregar pessoas na Igreja dispostas ao trabalho missionário, conforme relatado pelos representantes das entidades membro.


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