Moradores
dos territórios quilombolas São José do Icatu e Terra da Liberdade, localizadas
em Cametá (PA), além de comunicadores de paróquias da Diocese cametaense, participaram,
de 21 a 23 de abril, da Oficina de Comunicação Popular e Digital realizada pela
Cáritas Brasileira Regional Norte II através do Programa Global das Comunidades
da Nossa América Latina. Foi um momento importante de partilha sobre produção
textual, fotografia feita com celular e uso de plataforma livre para elaboração
de designe.
Na primeira
parte da atividade, foram trabalhados conceitos de comunicação popular e
comunitária, em contraponto à comunicação de massa. A introdução serviu de base
para a partilha de experiências sobre como as comunidades se veem nos
noticiários e como podem se tornar protagonistas de suas narrativas.
Em outro
momento, os participantes receberam informações sobre elementos básicos para a
construção de uma notícia. Como estímulo ao exercício prático, eles ouviram a
história de Adriele Sousa, uma das participantes, que fez um relato emocionante
sobre o seu despertar para a identidade quilombola.
Adriele faz
parte de um coletivo de mulheres quilombolas, no território Icatu, em que ela,
a mãe e outras trabalhadoras vendem poupa de frutas colhidas na comunidade. Nos
últimos anos, também se tornou “trancista”, referência profissional na estética
negra a partir do trançado que faz nos cabelos crespos.
Durante a
oficina, a história de Adriele foi transformada em um podcast sobre histórias
de mulheres fortes; em um boletim sobre personagens da comunidade e outro sobre
notícias da comunidade que informou sobre a oficina como evento da Diocese.
Fotografia – em outro momento, os participantes
treinaram o olhar e a técnica em fotografia usando, principalmente, o celular
para registrar a vida nos espaços públicos de Cametá. Trabalhadores do mercado,
o açaí e as mais variadas frutas locais, feirantes da Feira do Agricultor
Familiar, prédios, ruas e paisagens. Tudo virou foto durante o exercício
prático nas ruas do município.
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O Programa Global das Comunidades da Nossa América
Latina é desenvolvido pela Cáritas Brasileira (Regionais Norte 2 e Nordeste 3),
Cáritas Honduras e Colômbia, com o apoio da Cáritas Alemanha e do Ministério
Alemão para Cooperação e Desenvolvimento.
Em todos os países, as comunidades tradicionais
são fortalecidas em suas práticas de convivência com o bioma que colaboram para
o equilíbrio do clima global. E também na organização coletiva para que incidam
nas políticas públicas voltadas aos seus territórios.
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