Agentes da Cáritas Brasileira Regional
Norte II (Pará e Amapá) se reuniram, de 21 a 24 deste mês de agosto, para fazer
o monitoramento das atividades planejadas para o ano de 2024. O encontro teve
místicas, análise de conjuntura, rodas de conversa e uso de ferramentas de
gestão, todos instrumentos de fortalecimento institucional e das comunidades
onde a instituição atua através das entidades membros presentes nas Dioceses.
Durante o encontro realizado em Belém,
se reuniram a equipe regional de coordenadores, assessores e articuladores com
representantes das entidades membros. A coordenadora de monitoramento da
Cáritas Norte II, Keila Giffoni, explica que o encontro cumpre parte do ciclo
que começa no início do ano com o planejamento das ações e finaliza no final do
ano com a avaliação do que foi executado, formando o instrumental chamado PMAS
(Planejamento, Monitoramento, Avaliação e Sistematização).
As ações atendem áreas consideradas
prioritárias para que a Cáritas cumpra sua missão de exercer uma pastoralidade
transformadora para a promoção das diversas formas de vida. Uma delas é a da
Economia Popular Solidária (EPS), área trabalhada no território Quilombola São
José do Icatu, em Mocajuba (PA), onde está sendo implantada uma fábrica para
beneficiamento das frutas produzidas pela comunidade.
Na área da Infância e Juventude, uma
das ações de destaque no primeiro semestre foi a realização dos dois módulos do
“I Curso de especialização Latu Sensu para Agentes Multiplicadores de
Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes”. A turma composta por
agentes Cáritas, de pastorais e de conselheiros tutelares agora está sendo
orientada para a produção do trabalho de conclusão.
Nas áreas da Povos Tradicionais e
Convivência com Biomas, foram executadas atividades como a produção de
Protocolos de Consulta Prévia, Livre e Informada em comunidades das ilhas de
Abaetetuba (PA) e as oficinas em Diagnóstico Organizacional Participativo (DOP).
Ambas fortalecem as comunidades a partir do apoio à organização de associações
e da formação sobre o direito ao território.
Na área da Migração, Refúgio e
Apátridas, é destacada a ação da Cáritas Diocesana de Macapá (AP) e da Cáritas
da Arquidiocese de Belém para acolher migrantes em situação de vulnerabilidade
social. Em Macapá, foi implantada a Casa do Migrante, um espaço de passagem,
enquanto na capital paraense foi dado apoio à inserção dos migrantes venezuelanos
no mercado de trabalho.
A maioria das ações envolve mais de uma
área prioritária. O intercâmbio sócio produtivo realizado na Diocese de
Bragança, em parceria com a Escola de Formação para Jovens Agricultores (Ecrama)
e a Rede Bragantina de Economia Solidária Artes e Sabores, por exemplo,
permitiu a troca de experiências em segurança alimentar, EPS, povos e
comunidades tradicionais e convivência com biomas.
Em todas as áreas, estão sendo realizadas
ações que estimulam o protagonismo das comunidades na transformação social a
partir da participação nos espaços de decisão política. Nas ilhas de
Abaetetuba, por exemplo, é desenvolvido trabalho de fortalecimento dos
conselhos tutelares e envolvimento dos jovens em campanhas de prevenção à violência
sexual praticada contra crianças e adolescentes.
A secretária executiva da Cáritas
Norte II, Maria Ivanilde Silva, destacou a riqueza das experiências compartilhadas
pelas entidades membros e a importância das ações de incidência em conexão com
a missão da Igreja católica. Durante o PMAS, foi compartilhada com os agentes a
proposta em finalização do Plano de Incidência Política do Regional.
Ivanilde explicou que o plano deve
ajudar a “trabalhar a formação dos nossos agentes Cáritas, sejam colaboradores,
sejam voluntários, pra entender como é que a gente consegue construir
estratégias pra se inserir e se manter nesses espaços”.
A expectativa é que a instituição
possa “contribuir não só de corpo presente, mas tentar contribuir pra que a
presença da Igreja tenha também um efeito transformador diante das estruturas
que hoje o Estado disponibiliza que a gente sabe que é tão precária e necessita
das intervenções da sociedade civil. A Cáritas é a presença da Igreja nesses
espaços”.
Sobre a Cáritas
A Cáritas Brasileira é um organismo da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que está organizada em rede
tanto nacional quanto internacional. No Brasil, atua em 450 municípios e está
presente nos treze regionais e em cinco articulações, além de 190 entidades
membros, que são as Cáritas das paróquias. Internacionalmente, integra rede
estruturada em 170 países.