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Representante do PRM visita espaços dos Warao atendidos através do Orinoco

Áreas de Atuação

Visita do coordenador Regional do PRM a dois espaços dos migrantes venezuelanos Warao atendidos pela Cáritas Brasileira em Belém (PA).

Publicação: 01/08/2023


sandra rocha

Pessoas migrantes venezuelanas, da etnia indígena Warao, que vivem em dois espaços em Belém (PA), receberam a visita do coordenador Regional do Escritório de População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM), Porter Illi, e da coordenadora nacional do projeto Orinoco, da Cáritas Brasileira, Luise Villares, no dia 26 de julho.

Porter integrou a comitiva da Organização das Nações Unidas (ONU) que esteve em Belém durante a última semana de julho. Ele explicou que o objetivo foi observar o trabalho da Cáritas e de outros parceiros na prestação de serviços voltados aos migrantes e refugiados Warao.

O coordenador esteve no Espaço de Acolhimento Warao, no bairro Tapanã, mantido pela prefeitura de Belém, e na Comunidade Warao localizada em Itaiteua, distrito de Outeiro, também na capital paraense. Ele pôde observar as condições de acomodação, banheiros e espaços livres de uso coletivo.

No EA Tapanã, acompanhou uma ação de “Wash”, em que os agentes Cáritas demonstram a crianças, jovens, adultos e idosos a lavagem correta das mãos. Em seguida, a equipe distribuiu 144 kits pessoais compostos de itens básicos de higiene.

Na comunidade de Itaiteua, Porter conversou com lideranças Warao sobre os problemas e as demandas da comunidade. Eles contaram que, atualmente, só recebem apoio da Cáritas e enfrentam muitas dificuldades para manter o espaço porque o número de pessoas é grande para a infraestrutura de saneamento existente.

Carlos Fuente, indígena Warao, considerou importante continuar com o apoio da Cáritas e ter ajuda para dar qualidade de vida para a comunidade. Ele e outros moradores disseram que o grupo tem sentido a necessidade de ter mais banheiros e torneiras individuais para as casas.

Nicolas, outra liderança, disse que um motor para embarcação de pesca poderia ajudar a comunidade a desenvolver essa atividade. Ele disse que os Warao têm dificuldade de arrumar trabalho em Belém.

Na comunidade formada por 38 famílias, a maioria não fala português e poucos falam espanhol, sendo predominante a língua Warao. As mulheres e as crianças vão para as ruas da capital, onde fazem a “coleta”, nome dado à prática de pedir dinheiro nos cruzamentos e espaços de maior circulação de pessoas.

Ao final das visitas, Porter observou que a comunidade indígena Warao tem necessidades “que são desafios muito grandes” por causa de “vulnerabilidades e necessidades maiores que outras pessoas migrantes e refugiadas”.

Para o coordenador, diante desse cenário, a “Cáritas e outros parceiros cumprem papel extremamente importante para oferecer serviços a essas comunidades”. Além disso, destacou que, às vezes, são as únicas organizações que estão dentro das comunidades em Belém.

A coordenadora nacional do Orinoco, Luise Villares, considerou a visita importante para que o agente financiador pudesse ver as instalações e ter contato com equipe e com os atendidos. A experiência vai além dos relatórios descritivos e quantitativos apresentados pela equipe.

“Ele esteve conosco nessa prática do dia a dia, do cotidiano, onde as educadoras sociais e de proteção estão ali o tempo todo interagindo com a comunidade. Ele pôde perceber e colher um pouco do relato dessas comunidades e dos líderes comunitários pra entender a realidade local e pra entender como o nosso serviço tem gerado impacto enorme, positivo na vida dessas famílias”, avaliou Luise.

Segundo Luise, essa etapa do projeto será finalizada no mês de setembro. Durante a visita aos espaços, Porter e Luise foram acompanhados por Rosane Gomes, coordenadora do projeto Orinoco em Belém, através da Cáritas Belém, entidade membro da Cáritas Brasileira Regional Norte II. Na EA Tapanã, conversaram com a coordenadora do espaço, Nádia Fernandes.

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Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras é uma ação da Cáritas Brasileira, que está na sua terceira fase de execução, com apoio e financiamento do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América. Além do Pará, o projeto está presente em mais quatro estados: Acre, Piauí, Rondônia e Roraima.

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