O Território Quilombola do Rosário, no
município de Salvaterra, Ilha do Marajó (PA), recebeu a Oficina de Mudanças
Climáticas realizada pela Cáritas Brasileira Regional Norte II, nos dias 04 e
05 de outubro. A atividade é um dos passos para fomentar a implantação de
experiências produtivas sustentáveis.
Participaram mais de 30 moradores entre
homens, mulheres, jovens, idosos e crianças. Todos são considerados sujeitos
importantes para a discussão da preservação da biodiversidade nos territórios
tradicionais e do fundamental papel que exercem na busca de adaptação e mitigação
às mudanças climáticas.
Com a formação, é dada sequência à
implantação de experiencias produtivas no território. Estão planejadas ações
para fomentar projetos produtivos de criação de galinha caipira de corte e de
postura integrada à produção de horta orgânica, o enriquecimento de quintais
florestais e a recuperação de áreas degradadas e de matas ciliares.
A expectativa é fazer com que essas
ações impulsionem a produção de alimentos, a adaptação das atividades
produtivas ao bioma e a mitigação das mudanças climáticas no Território de
Rosario. Essas seriam condições para evitar os desastres ecológicos e garantir
a qualidade de vida dos povos tradicionais.
Durante a oficina, os participantes estudaram
a temática das Mudanças Climáticas para que percebam o quanto este fenômeno
está afetando o modo de vida das populações tradicionais. Alguns indícios são a
escassez de alimentos, a degradação do solo, a poluição de rios e a perda de
patrimônio ecológico.
Eles também participaram de atividade
de campo, em que analisaram o local apropriado para a implantação das
experiencias produtivas sustentáveis. Tudo ocorreu sob a supervisão do assessor
regional da Cáritas Regional Norte II, Edson de Mattos, que considera a ação
fundamental.
“É mais que urgente dialogar com os
sujeitos ditos guardiões da biodiversidade, pois, são eles que apontarão o
caminho para a sociedade do bem viver a partir dos seus conhecimentos e
práticas de preservação e de cuidado com a biodiversidade”, comentou.
Ele também enfatiza que “pensar em
atividades produtivas que contribuam para a diversificação, recuperação e
conservação de património ecológico reafirmam nossa convicção de que não há
outro caminho que não seja da produção sustentável, do ponto de vista social,
econômico, ecológico, político e cultural”.
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Essa é uma ação realizada
através do Programa Global das Comunidades da Nossa América Latina,
desenvolvido pela Cáritas Brasileira (Regionais Norte 2 e Nordeste 3), Cáritas
Honduras e Colômbia, com o apoio da Cáritas Alemanha e do Ministério Alemão
para Cooperação e Desenvolvimento.
Em todos os países, as comunidades tradicionais
são fortalecidas em suas práticas de convivência com o bioma que colaboram para
o equilíbrio do clima global. E também na organização coletiva para que incidam
nas políticas públicas voltadas aos seus territórios.